quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Publicidade online não cresce tanto quanto público

Hermano Freitas
do 3º Seminário de Jornalismo Online

Para Marcos Foglia, diretor do Clarín Global, braço virtual de um dos maiores e mais importantes grupos de mídia argentinos, a preocupação maior do veículo é com qualidade, não viabilidade comercial. Ele diz ter ciência de que a receita com publicidade online não cresce na mesma velocidade do público, mas aposta no modelo de vendas de espaço publicitário e participação de leitores em sorteios. Foglia falará sobre internet e jornalismo online na América Latina nesta quarta-feira (28) no MediaOn – 3º Seminário Internacional de Jornalismo Online, realizado em São Paulo pelo Instituto Itaú Cultural e pelo Terra, empresa de internet e mídia digital líder na América Latina, e com apoio da BBC Brasil e da CNN. Quando perguntado sobre um dos mais polêmicos assuntos de seu país, a lei de meios, que pode resultar no desmembramento do Clarín, limita-se a dizer que a situação é “muito delicada”. Confira os melhores momentos da entrevista:

Quando o Clarín primeiro lançou sua versão digital? Existe na migração de conteúdo uma preocupação em se adaptar comercialmente a uma época em que a tendência é uma receita publicitária encolhida?
Desde 1996, ano da primeira versão digital do Clarín, trabalhamos constantemente para colocar cada vez mais conteúdos do jornal na internet. Não temos tanta preocupação com a viabilidade comercial quanto com a qualidade da informação. Sabemos que a receita não crescerá na mesma relação com o público. Nossa meta é oferecer o melhor jornalismo para o leitor, seja online seja em outras mídias.

E quem paga esta conta?
Nosso modelo comercial no online é o de conteúdo gratuito do jornal para o leitor, com a venda de espaços publicitários. Há também sorteios, jogos de perguntas e respostas e outras formas de contribuição do leitor.

O senhor considera importante ter um grande veículo tradicional por trás do portal? É melhor ser assim ou é preferível ser apenas portal?
Não existe melhor ou pior, são apenas modelos diferentes. Mas ainda tratamos do mesmo objetivo, que é produzir um jornalismo qualificado e conquistar audiência. O que pode mudar é que existe uma troca cultural entre o impresso e o online, quando aquele existe. E isso enriquece o impresso.

Recentemente foi aprovada no Senado a Lei de Meios. O que muda a partir desta brusca ingerência estatal na indústria midiática argentina? Seria a tentativa de cobrar uma conta histórica pelos constantes socorros às empresas em momentos econômicos difíceis?
Olhe, é muito difícil saber o que vai acontecer daqui para a frente. A situação é muito delicada. Não sou a pessoa adequada para comentar.

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