Hermano Freitas
do 3º Seminário de Jornalismo Online
do 3º Seminário de Jornalismo Online
Para Marcos Foglia, diretor do Clarín Global, braço virtual de um dos maiores e mais importantes grupos de mídia argentinos, a preocupação maior do veículo é com qualidade, não viabilidade comercial. Ele diz ter ciência de que a receita com publicidade online não cresce na mesma velocidade do público, mas aposta no modelo de vendas de espaço publicitário e participação de leitores em sorteios. Foglia falará sobre internet e jornalismo online na América Latina nesta quarta-feira (28) no MediaOn – 3º Seminário Internacional de Jornalismo Online, realizado em São Paulo pelo Instituto Itaú Cultural e pelo Terra, empresa de internet e mídia digital líder na América Latina, e com apoio da BBC Brasil e da CNN. Quando perguntado sobre um dos mais polêmicos assuntos de seu país, a lei de meios, que pode resultar no desmembramento do Clarín, limita-se a dizer que a situação é “muito delicada”. Confira os melhores momentos da entrevista:
Quando o Clarín primeiro lançou sua versão digital? Existe na migração de conteúdo uma preocupação em se adaptar comercialmente a uma época em que a tendência é uma receita publicitária encolhida?
Desde 1996, ano da primeira versão digital do Clarín, trabalhamos constantemente para colocar cada vez mais conteúdos do jornal na internet. Não temos tanta preocupação com a viabilidade comercial quanto com a qualidade da informação. Sabemos que a receita não crescerá na mesma relação com o público. Nossa meta é oferecer o melhor jornalismo para o leitor, seja online seja em outras mídias.
E quem paga esta conta?
Nosso modelo comercial no online é o de conteúdo gratuito do jornal para o leitor, com a venda de espaços publicitários. Há também sorteios, jogos de perguntas e respostas e outras formas de contribuição do leitor.
O senhor considera importante ter um grande veículo tradicional por trás do portal? É melhor ser assim ou é preferível ser apenas portal?
Não existe melhor ou pior, são apenas modelos diferentes. Mas ainda tratamos do mesmo objetivo, que é produzir um jornalismo qualificado e conquistar audiência. O que pode mudar é que existe uma troca cultural entre o impresso e o online, quando aquele existe. E isso enriquece o impresso.
Recentemente foi aprovada no Senado a Lei de Meios. O que muda a partir desta brusca ingerência estatal na indústria midiática argentina? Seria a tentativa de cobrar uma conta histórica pelos constantes socorros às empresas em momentos econômicos difíceis?
Olhe, é muito difícil saber o que vai acontecer daqui para a frente. A situação é muito delicada. Não sou a pessoa adequada para comentar.
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